quinta-feira, 8 de maio de 2008

PENSANDO EM SEXO.

Ontem eu estava no ônibus lendo um livro rotineiro, como costumo fazer agora que ando na vida bandida e nada famigerada de professor, e uma garota que subiu no ônibus me chamou a atenção. Não por ter uma aura imaculada ou ter feito alguma proeza diante de homens suados e mulheres mal-humoradas, todos enlatados no horário de pica, digo, de pico dentro de uma lotação abafada. Assim como todos os outros machos da espécie, eu reparei que ela era muito gostosa. Foi a primeira coisa que pensei, aliás a única. Logo imaginei uma noite selvagem, comi-a com os olhos. Fiquei, depois, com um remorso hediondo. Então pensei: "será que eu sou um compulsivo sexual"? Talvez vivesse ou vive ainda dentro de mim um maníaco farejador de pererecas. Passei na igreja e rezei muito, pedi a Deus que perdoasse esses olhos insanos. Na saída da igreja uma jovenzinha me abordou oferecendo serviços gratuitos de prazer sem fim. Voltei à igreja e rezei mais um pouco, não eram só meus olhos que eram insanos.

Quando cheguei em casa resolvi dar uma espiada na internet e acabei por encontrar alguns artigos sobre sexualidade. Tive de me ater a um estudioso do comportamento sexual chamado Michel Bozon. Ele estruturou a sexualidade do ponto de vista comportamental e social. Não vindo ao caso às peculiaridades do artigo, descobri que 95% da população mundial pensa em sexo todos os dias e o praticam desde sua epigênesis até das formas mais bizarras consideradas modernas. Isso me aliviou e posteriormente me deixou um pouco triste porque no final das contas esse melodrama por causa de um rabo de saia na verdade fez foi me atrasar uma boa foda. O que acalmou meus ânimos e a testosterona concentrada no andar de baixo, ao esperar a próxima oportunidade, foi ouvir Zé Geraldo cantando no meu rádio: "pode ficar feliz porque você não é o único tarado nesse engraçado mundo"...