sábado, 20 de setembro de 2008


Certo dia um homem caminhava à beira mar. Estava procurando sentido para sua vida. Uma existência sem amores, vínculos, destrezas, medos, batalhas. Um homem de sessenta e poucos anos que não tinha nada pra contar. Ninguém para ouvir suas bobagens, seus segredos, suas histórias.
Uma mulher se aproxima ao longe. Caminha mansamente e chega bem perto dele. Ambos se olham, medrosos, algozes de si mesmos. Suas bocas se beijam. Seus lábios espumam. O mar cantarola para as gaivotas que esvoaçam em volta. As ondas se quebram. É uma sinfonia. O sexo os consome ali mesmo, na areia.
Certo dia um homem caminhava à beira mar. De mãos dadas com uma mulher ele tinha uma história pra contar. Mas quem contou foi o vento, no silêncio da devoção. Certo dia existiu um homem...