quinta-feira, 3 de julho de 2008

Você me ama?


Eu faço sexo geralmente nas madrugadas de domingo. É quando tenho tempo, quando tenho disposição para expor inversamente o que durante a semana é só frustração. Minha mulher tem ficado mais bonita a cada final de semana, a cada ano novo que entra. Sempre jovial e disposta a procurar prazer onde em mim as mesmas buscas não passam de um mero despudor. Cada dia um batom novo, um perfume diferente, cremes, xampus, redutores das linhas de expressão. E eu? Troco de perfume ou de marca de sabonete quando acho necessário e essa necessidade vive mesmo, apenas na semântica da palavra, no seu sentido literal. Os universos são distintos, o homem e a mulher são biologicamente diferentes e mesmo assim se amam como se fossem iguais. Cada um se completa ou se suporta? Aprende a conviver com os defeitos e as diferenças ou os sobrepujam? Essas são perguntas que apenas fazem proliferar teorias e mais teorias sexistas e que, na prática, ao invés de suporem soluções para o impasse, dão um nó nas nossas cabeças pensantes.
 

O fato é único, uno e universal. Eu amo uma mulher que dá tudo de si e eu retribuo com tudo de mim. Mantemos o sexo aceso e colocamos combustível para que ele se mantenha fervilhante depois de cada ano. Vocês chegaram ao mesmo consenso que eu? Amor: combustão espontânea. É isto que mantém tudo nos eixos, mesmo que haja pela manhã uma toalha em cima da cama ou uma calcinha pendurada no registro do chuveiro. Quando ela quer saber se eu a amo de verdade, não me faz perguntas, nem retaliações, apenas beija a minha boca. E isto é tudo.

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