domingo, 1 de novembro de 2015

RECAPITULANDO...

Quando sentei na frente do computador respirei fundo. Olhei ao redor e percebi que estava mais conectado com o mundo, mais vivido, mais maduro. Contudo, fui tomado de assalto ao perceber que antes era caneta, papel e muito, mas muito café. Hoje apenas um copo d'água, quarto pequeno, tempo escasso, trabalho exaustivo e alguns Gadgets à mão. As coisas mudam, as pessoas mudam e a nostalgia de quem ainda somos permanece. Voltei com bastante desejo, mas me entregarei em doses homeopáticas porque a idade chega e a ponderação vira sinônimo de prudência e parcimônia. Não limpei a casa, apenas troquei a cor dos móveis. A fragilidade da quintessência continua inalterável. Por enquanto lhes adianto uma poesia levemente sensual e garanto que estarão por vir novas aventuras deste literato inconfundível. Palavras soltas agora estão se juntando de forma singular. E o personagem? Este continua incorrigível.

O que realmente sinto...

São apenas prazeres sombrios
De várias vidas de outrora
E taças cheias até a metade
Pratos com rastros de hábito noturno
São beijos [sobremesas adocicadas]
     Felinos
         Perturbadores da paz
Pecados macios em poesia selvagem
Corpos desnudos
    Suor
          Lágrimas 
                     Aplausos
Que a festa termine
Apenas
Enquanto apenas observo
Seu dormir não possui sonos
Mas ausências
Seus gritos estão vazios de amor
          Dor
             Gozo
                   E descaso
Estocadas entre risos e línguas
Novos gemidos
Divã no afã da felicidade
É tudo natureza morta
A seiva em sua boca
Alimenta a paixão e o desespero
Desejo execrável
Silêncio e sombras
Num adeus distante
Sexo, arrependimento e cinzas
O vaivém acabou
            E lentamente
Nos encontramos no mesmo fim dos encontros...



Arquiduque Eliel.

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