quarta-feira, 14 de janeiro de 2009


Nunca pensei que dizer “te amo” fosse tão importante. Hoje eu sinto falta de duas palavras que são apenas silêncio. Aqueles abraços e às vezes palavras duras, hoje são alegrias que permanecem. Um pai, um amigo, um ente, o que importa quando seu calor se resfria? O que importa quando seus olhos jazem num sono sem volta? Nada dura para sempre, disso sempre soubemos, senão as velhas lembranças de uma amizade, de momentos acima de todas as vicissitudes. Não há maldade, nem maniqueísmos no fim dessa nossa estrada. Apenas os versos e as rosas em cima de sua lápide. Chove um dissabor não tão distante, são torrentes de dores, risos, vivacidades. Se fosse fácil dizer adeus minhas mãos não tremeriam ao escrever olhando para o céu. Não espero resposta e desfito o espelho do tempo. Sinto apenas a brisa que me acalma, amplidão que me acalenta, saudade da tua estadia conosco na Terra.

Os grandes homens da minha vida hoje são estátuas, fotos, sombras que rufam ao longe uma melodia de tambores e ausências. Podem não ser deuses aqueles que amo, mas são heróis humanos que se despedem da força da vida. O nome pode ser extinto, mas não seu rosto, nem suas idéias. Mil sóis brilharão num novo mundo e mesmo que as velhas manhãs fiquem desnudas, seu lugar nunca ficará vazio. Volte em forma de vento, abraça-me como o orvalho da manhã. Escreva na janela com o sereno da madrugada e diga que está tudo bem. Estarás sempre em mim e eu sempre em você, companheiro, velho amigo...

"Heróis existem e eles não são indestrutíveis [...] porque são acima de tudo, humanos..."

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